São Francisco e a “Irmã morte”
Estamos no mês de novembro, e a Igreja nos convida a celebrarmos duas grandes festas: no dia 1º, a festa de todos os santos e no dia 2, a festa de todos os fieis defuntos. Como Família Franciscana temos também no dia 29 de novembro, a festa de Todos os santos franciscanos e no dia 24 de outubro, a celebração de todos os fieis defuntos da Ordem Franciscana. Dito isso, aparece oportuno meditarmos neste mês sobre a visão do nosso Pai Francisco a respeito da “Irmã morte”.
Francisco quando estava perto da sua morte, disse ao médico:
"Irmão médico, diga com coragem que minha morte está próxima, para mim ela
é a porta da vida!" E aos frades: "Quando perceberdes que cheguei ao
fim, do jeito que me vistes despido anteontem, assim me colocai no chão, e lá
me deixai ficar mesmo depois de morto, pelo tempo que alguém levaria para
caminhar sem pressa uma milha".
Enquanto os
frades choravam amargamente e se lamentavam inconsoláveis, o pai santo mandou
trazer um pão. Abençoou-o, partiu-o e deu um pedacinho para cada um comer.
Também mandou trazer um livro dos Evangelhos e pediu que lessem o Evangelho de
São João a partir do trecho que começa: "Antes do dia da festa da
Páscoa", etc. Lembrava-se daquela sagrada ceia que foi a última celebrada
pelo Senhor com seus discípulos. Fez tudo isso para celebrar sua lembrança,
demonstrando todo o amor que tinha para com seus frades.
Um ano antes
da sua morte, Francisco, quando estava completamente
cego, fraco fisicamente, havia composto o cântico do irmão sol, ou seja, cego,
enxergando a luz e a beleza de todas as coisas criadas, canta os louvores a
Deus, o Altíssimo. E na hora da sua morte chamou a si os dois frades
prediletos: Frei Ângelo e Frei Leão para cantarem o sobredito cântico, e
Francisco então ajuntou a última estrofe:
“Louvado
sejas, ó meu Senhor, por nossa irmã a
Morte corporal,
à qual nenhum homem
vivente pode escapar.
Ai daqueles que morrem em pecado mortal!
Bem-aventurados
aqueles que cumpriram a tua santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.”
(Espelho de Perfeição: 123)
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