O monte Alverne está
situado na região de Toscana – Itália.
São Francisco, em 1224,
estava indo para a Romanha e no caminho passou por Espoleto na praça começou
pregar dizendo: Tanto é o bem que eu espero, que toda pena é um prazer para
mim.
Ouvindo sua pregação um
certo Orlando lhe disse: “Ó pai, eu gostaria de tratar contigo da salvação
de minha alma”...Eu tenho na Toscana um monte muito devoto, que se chama Monte
Alverne, que é muito solitário e selvagem, muito adequado para quem quiser
fazer penitência ou para quem deseja vida solitária, num lugar afastado das
pessoas. Se ele te agradar, eu vou dá-lo de boa vontade a ti e a teus companheiros,
pela salvação de minha alma”.
A subida de Francisco para o Monte Alverne:
Como antes de começar a
paixão de Jesus, ele chamou consigo os três discípulos e subiu para o monte das
oliveiras e aí deixando eles foi mais um pouco para frente e sozinho começou
rezar e seu suor tornou-se como gotas de sangue
a escorrer pela terra (Lc 22,44),
assim,
Francisco, o outro Cristo, começou viver a paixão de Cristo dois anos antes de
morrer no monte Alverne na semelhante forma:
Quando estava perto da Quaresma
de São Miguel Arcanjo (que iniciava a partir da festa da Assunção (15 de
agosto) até a festa de São Miguel Arcanjo (29 de setembro), Francisco chamou os
seus três confrades: Frei Masseo, Frei Ângelo e Frei Leão, e subiram para o
monte para passarem ali, no silencio e na solidão todo o tempo de tal Quaresma.
E no caminho como
Francisco não se sentia muito bem de saúde, um tal se aproximou oferecendo-lhe seu asno para levá-lo até ao
monte. Durante a viagem este homem faz a pergunta: “Diz-me, tu és Frei Francisco de Assis?”. São Francisco lhe respondeu:
sim. “Então te esforça, por ser tão bom
como és tido por toda gente, porque muitos têm grande fé em ti. Então eu te
admoesto que em ti não haja outra coisa senão o que o povo espera”. Ouvindo
essas palavras, São Francisco saltou na mesma hora do burro para o chão,
ajoelhou-se diante do homem e lhe beijou os pés, agradecendo-lhe humildemente
porque ele o admoestou tão caridosamente.
Tentado pelos diabos, mas, consolado pelos anjos:
Como no monte Oliveira
Jesus foi tentado, mas apareceu o anjo do céu para confortá-lo(Lc 22,43), assim
Francisco, outro Cristo também foi tentado, mas os anjos lhe confortavam.
Chegando no monte
Alverne, Francisco se separou dos frades procurando mais o silencio e a solidão.
Recomendou aos frades: “nenhum
de vós venha a mim, nem permitais que venha algum secular. Mas só tu, Frei
Leão, uma só vez por dia virás a mim com um pouco de pão e de água, e à noite
uma outra vez na hora de matinas. Então virás a mim em silêncio e, quando
estiveres no começo da ponte, dirás: Domine, labia mea aperies. E se eu
te responder, passa e vem à cela que vamos dizer juntos as matinas. Se eu não
te responder, volta imediatamente”.
Uma vez quando São Francisco estava muito
enfraquecido no corpo, tanto pela grande abstinência como pelas batalhas do
demônio, lhe apareceu um Anjo com grande esplendor, que tinha uma viola na mão
esquerda e um
arco na direita.
Ele passou uma vez o arco sobre a viola; e, de
repente, tanta suavidade de melodia dulcificou a alma de São Francisco e a
suspendeu de todo sentimento corporal, que, como ele contou depois aos
companheiros, não duvidava que, se o anjo tivesse puxado o arco para baixo sua
alma teria partido do corpo, pela doçura intolerável.